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FILOSOFIA DO PROFESSOR ESTUDANTE



Particularmente compreendemos que ser educador é ter a capacidade de acreditar na

diferença, questionar, reconstruir e aprender na profissão, na vida. É interligar o nosso

projeto de vida com o projeto de vida da escola, pois ambos se completam.


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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Convivência Escolar

As instituições de Educação Básica têm enfrentado problemas referentes à conduta
dos seus professores, funcionários e alunos diante dos conflitos que ocorrem diariamente em
seus interiores. A falta de mecanismos eficazes para resolução desses conflitos gera
insatisfação por parte de todos e angústia entre os profissionais que lá atuam, pois na maioria

das vezes não encontram saídas para corrigir situações que acabam por prejudicar o bom
andamento das questões educacionais, dificultando as relações de convivência.
De acordo com o Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação
para o século XXI (1998), é importante ressaltar que a convivência escolar será um dos
grandes desafios deste século. Com base na Lei Federal nº 9.394 de 20/12/1996, entende-se
que o processo de formação de profissionais para a Educação Básica tem como finalidade a
preparação destes para o atendimento “dos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de
ensino” e “às características de cada fase do desenvolvimento do educando”, fundamentado
na associação entre teorias e práticas (art. 61). Observa-se também que estes trabalhadores, ao
ingressarem no mercado de trabalho, não demonstram possuir habilidades desenvolvidas
suficientemente para atender à realidade educacional presente, principalmente no que diz
respeito às adversidades existentes no interior das escolas. Disputas internas, autoritarismo,
incompetência, desrespeito às diferenças, descontrole emocional, injustiças, comunicação
distorcida e falta de motivação são exemplos de comportamentos que freqüentemente geram
alguma forma de conflito.
Segundo Aquino (1996), “há muito, os conflitos deixaram de ser um evento
esporádico e particular no cotidiano das escolas brasileiras para se tornarem, talvez, um dos
maiores obstáculos pedagógicos dos dias atuais”.
É indiscutível a importância de um ambiente escolar que favoreça a convivência
harmoniosa entre seus sujeitos, seja para a promoção da aprendizagem, o principal objetivo da
escola, seja para a formação do aluno de modo geral e o bem estar de todos. Entretanto, a
qualidade deste convívio vem sendo questionada, cada vez mais. Por isso a pesquisa buscou
identificar os caminhos usados pelos professores para a resolução dos conflitos dentro dos
espaços escolares, ouvindo não só o ponto de vista deles, mas também dos alunos. Procurou
também, investigar como alunos e professores percebem o convívio em suas escolas, tanto no
que diz respeito aos conflitos mal resolvidos, como em relação à sua percepção sobre o
funcionamento da escola, a organização do estabelecimento, a aplicação e o cumprimento das
regras, a qualidade das relações interpessoais, e, ainda, de suas crenças acerca das causas e
estratégias para a resolução dos conflitos. Pensar numa escola voltada para os dias atuais,
onde se encontra uma clientela muito diferente de outrora.
Como dizia Paulo Freire, “comunicar-se com os alunos é altamente positivo,
contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis e críticos”. Ainda:

Como educador, devo estar constantemente advertido com relação a este respeito
que implica igualmente o que devo ter por mim mesmo. ...o respeito à autonomia e à
dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não
conceder uns aos outros. (FREIRE,1996, p. 59).
A escola é feita de momentos, sendo que a forma que ela assume em cada situação é
sempre o resultado provisório do movimento permanente de transformação, pressupondo
tensões, conflitos, esperanças e busca por propostas alternativas.
A partir de uma revisão das pesquisas brasileiras sobre a convivência escolar,
SPOSITO (2001) revela que “o seu estudo é relativamente recente no Brasil, tendo a maioria
iniciada na década de 1980”. Além disso, nota-se a dificuldade em caracterizar a grandeza do
fenômeno em termos locais, que pode ser atribuído a iniciativas dispersas do poder público na
coleta de informações e à ausência de mecanismos de registros, verificação e avaliação das
ocorrências. Ocorre que, geralmente, os casos somente são levados e analisados pelas
autoridades quando se infringem direitos adquiridos pelos cidadãos, previstos na Constituição
Federal Brasileira (1988) e o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº 8.069 de
13/07/1990.
Considerando que a diversidade pode ser uma das principais fontes de conflito nas
escolas, situação que se agrava cada vez mais devido à falta de conhecimento e compreensão
de alternativas para enfrentar os conflitos, assim como capacidade limitada para viver com as
diferenças presentes em nossa sociedade, observa-se que a escola como um todo deve colocar
objetivos pedagógicos para enfrentar o conflito. Uma das principais inseguranças e
dificuldades reside em como lidar com as desavenças. Os profissionais que lidam com a
educação, em geral, sentem-se despreparados para atuar com os desentendimentos e a brigas
entre alunos e, sobretudo entre alunos e professores. Na maioria das vezes, se frustram por
não encontrarem soluções concretas para a resolução desses problemas.
O trabalho do professor não é o de fixar, através de receitas prontas, comportamentos
pré-estabelecidos, mas o de criar, segundo seus objetivos e as características daquilo que
ensina, métodos de ação e pensamento que considerem valiosos. “Ter um método para
transmitir disciplinas não é de ter um discurso sobre a disciplina, mas é criar uma maneira de
trabalhar”.AQUINO (1996).

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