PROFESSOR ESTUDANTE

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FILOSOFIA DO PROFESSOR ESTUDANTE



Particularmente compreendemos que ser educador é ter a capacidade de acreditar na

diferença, questionar, reconstruir e aprender na profissão, na vida. É interligar o nosso

projeto de vida com o projeto de vida da escola, pois ambos se completam.


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segunda-feira, 5 de julho de 2010

NOVA GERAÇÃO NOVOS DESAFIOS!



Nova geração Novo desafio. Quem é o meu aluno hoje... Não é mais o hippie com roupas coloridas e sua alegria gratuita.· Não é o punk com roupas imundas e riso de escárnio.· Não é o gótico com vestes escuras e ar depressivo.·
Não são os cabeludos e sua música barulhenta. Segundo o professor da UFPR e psicólogo Eugenio Pereira de Paula Junior quem está aí sentado à nossa frente é a Geração Y, porque Y? Existem duas analogias: - Na versão descendente, a convergência das duas gerações que precedem:· A repressiva - anos 50 e 60· A libertina - anos 70 e 80.
Estas duas formaram a geração X – anos 78 e 94 - Na versão ascendente, o Y seria a bifurcação para dois caminhos:· Formar o cidadão, construtor da nova ordem social.· Formar o selvagem de Huxley, o arauto da desconstrução. É a pós-modernidade corporificada. Platão dizia que o corpo á a prisão da alma. O corpo da geração Y encarcera uma alma pós-moderna, que se caracteriza pelo antagônico, supérfluo, efêmero, intenso, diverso, pela ambigüidade, transitoriedade, voluptuosidade e fluidez, mas também pela pressa e inversão de valores. Uma geração que sabe o que quer, mas é apática ante os problemas sociais. É uma geração ultra informada, porém alienada, que não sabe utilizar a informação de forma racional.
É independente, desconfortável e desconfortante. Bela e assustadora. Quais as bases desse ser... Piaget afirmava que as pessoas constroem sua realidade a partir da realidade dada, novo esquemas alicerçam-se sobre os antigos. Rebelde, esta geração quer contradizê-lo ao construir novos esquemas sem os antigos, quer ter novos comportamentos sem bases ou fundamentos anteriores. O homem da geração Y é um microcosmo auto-suficiente, o supra-sumo do paradoxo da sociedade capitalista. O mundo torna-se bilhões de mundinhos que disputam entre si por seus territórios. Este paradoxo entre o particular e o coletivo gera diferenças regionais que mesclam as particularidades, ao mesmo tempo em que padroniza comportamentos, normas e valores.
O que acarreta... Acarreta problemas das fronteiras etárias que diluem a cronologia. A idade passa a ser um estado mental/cognitivo ou de espírito. São jovens de 25 anos, mais velhos do que senhores de 70, adolescentes de 30 e crianças de 8 anos que já abandonaram os brinquedos. O acirramento das diferenças pode tornar-se veneno se ultrapassar o limiar do racional.
O perigo é a ruptura total, uma divisão radical em que se perca o contato espacial, temporal e não exista mais solução para a ordem social. Pode ainda findar num fundamentalismo entre o novo e o velho, particular e coletivo, interno e externo, metrópole e interior e teremos um mundo inabitável, cujas vítimas serão incontáveis.Influências tecnológicas... A mídia tem sido muito eficiente, embora na direção errada em influenciar condutas. A televisão com seus objetivos escusos, qualidade duvidosa e efeitos desastrosos é seu principal instrumento e tem dois efeitos sobre a geração Y:· Como veículo é difusora de regras, ideologias e valores, pois influencia e determina comportamentos de seus usuários ( ou seriam vítimas ?). A televisão acompanhou o crescimento da Geração X e influenciou a Geração Y. Tornou-se veículo e objeto da globalização e da pós-modernidade, sendo um instrumento poderoso na formação ideológica e até de dominação cultural entre os povos. ““É comum ouvirmos de uma criança diante de um televisor frases do tipo” “eu quero um daquele” (produto) e “ eu quero ser igual a ele” ( ídolo ) .· Como aparelho, a TV imbeciliza o indivíduo, que fica passivo diante da tela.
A televisão, que está presente nas casas ganha status de santuário. Isola as pessoas, pois cada um tem seu aparelho e, quando seu uso é coletivo implica em que todos se calem. O tempo em que o aparelho fica ligado é infinita vez maior do que o tempo gasto em leitura ou conversas de qualidade. Aliar a televisão, o computador e a Internet está trazendo mudanças profundas na nova ordem social, talvez tão profunda quanto o fez o automóvel no século XX.Porém, ainda é prematuro fazer uma análise mais segura destas mudanças. Não devemos estranhar se virmos a Internet sendo ferramenta de dominação e desconstrução do indivíduo. Sem lema... As artes também fazem parte destas armadilhas, e o que seria instrumento de conscientização e libertação da opressão torna-se ferramenta de dominação, descontração e alienação.
“O primeiro deles, o cinema, tornou-se veículo de pasteurização do indivíduo, haja vista os recordes de bilheteria dos filmes “comerciais”, enquanto os” intelectuais” são exibidos em salas praticamente vazias. O segundo instrumento, que seria uma ferramenta em prol da humanidade – o teatro – foi relegado aos porões e espaços alternativos. E a música, terceiro instrumento, que na Geração X foi o escudo e a espada contra a opressão militar, hoje é refém do mercado fonográfico e toca a trilha sonora da alienação. A música comercial e a música cultural travam uma luta desigual nas rádios e shows. Modelos A família e a escola, outros dois agentes de relação, devem ser tratadas com mais cuidado. Os pais dos anos 50 e 60 foram modelos de como não deveríamos ou não gostaríamos de ser. Os dos anos 70 e 80 não formam modelos, estavam ausentes. Agora buscamos o meio termo: pais que sejam modelos a serem seguidos. Não precisa ser perfeitos, basta serem humanos e conscientes. A Geração Y está se preparando para exercer sua função de família e um obstáculo deve ser transposto: a qualificação dos pais. Os pais de hoje não querem, não podem e não sabem educar seus filhos.
“Não “querem porque não os planejaram; os filhos apareceram por “acidentes” ou” descuidos”. Não podem porque trabalham para prover as condições materiais e acabam impedidos da convivência para a formação moral da criança. E não sabem por que não tiveram um modelo de como ser pais. Desta inadequação da família surge a conflituosa relação entre pais e filhos, que tem se mostrado desigual, pois os filhos (mais letrados e sociabilizados) possuem maior força e habilidade argumentativa. Os pais, por outro lado, além de não dominarem a mesma retórica, estão impossibilitados de usarem ações coercitivas. E as escolas, o que elas precisam aprender... A escola tão bem organizada ao longo de mais de dois séculos, já não responde às necessidades do mundo. A revolução industrial foi ultrapassada pela era da informação. A maior parte do trabalho para qual a escola nos preparou é feita por máquinas. Há uma década, a força de trabalho era chamada de mão-de-obra. Na virada do século, essa expressão já tinha caído em desuso. Não é mais a mão, e sim a cabeça dos funcionários que interessa.Por isso, o trabalhador não pode ser mais aquele que entende as ordens e consegue cumpri-las. Tem de ser alguém que saiba refletir sobre o processo produtivo e que esteja preparado para mudanças. A falta de estabilidade do mundo moderno tem outra implicação: o ensino não pode mais ser um conjunto de conhecimentos que servem para a vida inteira. As pessoas vão precisar de algo diferente: habilidade de adquirir conhecimentos novos o tempo todo. Aprender a aprender. Nossa vida como consumidores também mudou. Um supermercado tem, hoje, cerca de 30 mil itens. Milhares de produtos. A internet já tem mais de 100 milhões de sites. Vivemos afogados em informações. A escola ensina a degluti-las. Se nossos filhos seguirem esses ensinamentos, vão ser empanturrar de mensagens repetitivas, inócuas, contraditórias. Ela tem de ensinar a filtrá-las e encontrar o que interessa. Ensinar a escolher. O mundo de ontem era repleto de fronteiras, estático, separado por áreas. O atual é globalizado, dinâmico e conectado. Isso faz com que seja praticamente impossível prever quais conhecimentos garantirão uma existência tranqüila É uma época de extrema liberdade- e insegurança. Por isso, os educadores de vanguarda, aqui e no mundo, apontam não para o ensino de um conteúdo salvador, e sim para a ênfase no ensino de um conjunto de habilidades. Muito mais que preparar alguém para o vestibular, essas habilidades formariam uma espécie de caixa de ferramentas básicas para enfrentar o século XXI. Soluções possíveis...
Enfim, para que a Geração Y tenha parâmetros e fundamentos em suas ações futuras, é preciso resgatar a função da família ou encontrar uma instituição substituta ( talvez uma nova escola ), para a construção das bases, individuais e sociais, da coletividade. O grande desafio dos pais e educadores é alimentar esta geração faminta, com fome de afeto, orientação e valores.
O desafio é descobrir as potencialidades de cada filho/aluno. Construir com ele profecias auto-realizáveis positivas e vitoriosas. É necessário construir vias de negociação, conversação e diálogo. Num momento histórico em que riqueza tecnológica contrasta com pobreza cognitiva, é preciso despertar a curiosidade inerente a cada indivíduo em prol da superação (e não criação) dos problemas sociais. Na contramão da história, é preciso construir em nossos alunos a preocupação com a polis, com o coletivo, abandonando a visão egocêntrica do cada um por siTemos os suportes materiais e sociais, é hora de investirmos em inteligência científica e nas capacidades acadêmicas de todos os indivíduos. É preciso uma nação intelectual, expropriada pelo capital.
Vera Lúcia Cordeiro Bochenek Consultora Pedagógica vluciacb@yahoo.com.br
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O Grupo SM é um grupo de Educação de referência na Espanha e na América Latina liderado pela Fundação SM. Responsabilidade social, inovação e proximidade à escola pautam o trabalho da entidade, que tem como objetivo promover o desenvolvimento humano e a transformação social para a construção de uma sociedade mais competente, crítica e justa.No Brasil, onde atua desde 2004, o Grupo SM oferece um amplo catálogo de serviços educacionais e conteúdos didáticos e de literatura infantil e juvenil para a educação básica elaborado por Edições SM, e integrado a um projeto que inclui estímulo à formação continuada e à valorização de professores, incentivo à reflexão sobre educação, apoio a projetos socioculturais de diversas instituições, e fomento à leitura e à produção literária.

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